TDAH ou Respiração bucal?
Diversos pais costumam se queixar de que sua criança é desatenta, hiperativa, impulsiva, apresenta dificuldades para o desempenho escolar e outras características semelhantes.
Tais crianças, por vezes são diagnosticadas por profissionais da área da saúde como sendo portadoras de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade).
No entanto, à medida que se vai avaliando a criança, pode acontecer que na realidade ela apresenta a Síndrome da Respiração Bucal (SRB).
Sendo assim, é extremamente importante fazer a comparação entre paciente TDAH e Respirador Bucal; pois com dados mais elucidativos e informações mais detalhadas é possível efetuar um encaminhamento correto e, dessa forma, reduzir as chances de crianças serem diagnosticadas erroneamente e entrarem em tratamento medicamentoso desnecessário.
O paciente TDAH e o respirador bucal
O paciente respirador bucal, como o próprio termo sugere, é aquele que respira pela boca. De acordo com pesquisas a SRB é um distúrbio que atinge 62% das crianças em idade escolar.
A criança que sofre de síndrome da respiração bucal tem dificuldades para:
- Dormir (pode roncar, babar, ter pesadelos).
- Falar (a fala pode ficar comprometida, pois a arcada dentária fica atrofiada e a língua mal posicionada).
- Alimentar (é difícil mastigar, pois os músculos estão flácidos. A boca é usada também para respirar e a criança tem dificuldade em coordenar as duas funções).
- Se exercitar (cansa-se com muita facilidade).
Além disto, por o ar não ser filtrado, aquecido nem umidificado pelo nariz, está mais sujeita a alergias respiratórias e infecções, e apresenta alterações no crescimento orofacial (má oclusão).
Neste contexto, quando a criança tem o hábito de respirar pela boca e não pelo nariz, isto pode desencadear déficit de atenção ou hiperatividade ou agravar o TDAH; pois uma vez que o ar que ela respira entra de modo incorreto por sua cavidade bucal, e pouco pelas narinas, o cérebro entra em desequilíbrio pelo oxigênio inalado e é exatamente isto que prejudica a sua capacidade de atenção e rendimento escolar.
A partir do momento em que ocorre este desequilíbrio, a formação correta dos estímulos neurais é diretamente afetada levando bebês, crianças e até mesmo adultos a sofrerem consequências graves como apnéia e o próprio TDAH, além de:
- Hipertensão.
- Doenças da boca.
- Diabetes tipo II.
- Infarto do miocárdio.
- Dificuldades de aprendizagem, etc.
O TDAH é uma disfunção neuropsicológica com um diagnóstico bastante complexo e subjetivo.
Já a respiração bucal é um mau hábito que pode ocorrer ainda no bebê que não foi amamentado pela mãe e não exercitou o vedamento labial e os músculos da face, ou ainda no uso de chupeta e madeira proporcionando um trabalho muscular deficiente, ou por um simples resfriado não curado e instalado o hábito de respirar pela boca.
Consequências para o paciente que possui TDAH
O cérebro é um dos principais órgãos do corpo humano e ele depende de uma boa oxigenação para que a pessoa tenha uma vida normal. O desequilíbrio provocado pela respiração bucal compromete a saúde e consequentemente todas as atividades do dia-a-dia.
Assim, é fundamental para a saúde do indivíduo que ele tenha a respiração correta, ou seja, o hábito de inspirar e expirar pelo nariz.
Tratamento
Segundo um estudo realizado na Universidade de São Paulo, um grupo de crianças que tomavam medicamentos para o TDAH e apresentavam problemas de fala e dentição causados pela respiração bucal, foram submetidas a tratamento fonoaudiológico e ortopédico funcionais.
Após 18 meses elas tiveram grande melhora na atenção e aprendizagem escolar; além de que, impressionantemente, voltaram a respirar pelo nariz e somente 2 precisaram continuar com os medicamentos.
Portanto, o tratamento do respirador bucal irá proporcionar o equilíbrio da oxigenação cerebral por meio de técnicas que corrigem disfunções da boca e nariz, o que é feito por um conjunto de especialistas: otorrinolaringologista, fonoaudiólogo e dentista (especialista em ortopedia funcional).
O quanto antes for feito o correto diagnóstico e tratamento, maiores são as chances de evitar danos futuros ao desenvolvimento da criança.
A recomendação é de que inicialmente faça a consulta com um médico otorrinolaringologista para avaliação das vias aéreas (presença de adenoides ou amígdalas aumentadas) seguida pela consulta ao dentista ortopedista funcional para correção das alterações causadas pelo hábito e após isso o treinamento com a fonoaudióloga.
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